sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Garça cinza e o pescador.













Como vai você?
Muito prazer.
Você pode me chamar de Garça Cinza, esse é meu apelido ou como o pessoal me conhece por ai.
Pesquisadores e ornitólogos preferem me chamar pelo nome científico que é Ardea cocoi. Pertenço a uma grande Família: Ardeidae um grupo de aves muito importante. Faço parte da comunidade dos manguezais e no meu caso vivo aqui no Portinho em Praia Grande.
Você pode encontrar minhas irmãs em vários ambientes alagados, como no Pantanal do Mato Grosso por exemplo. Gosto de peixes, insetos, moluscos, anfíbios ou quase tudo que se mova e tenha cara de comida.
Faço parte de um grupo que chamam de aves pernaltas, sou prima das cegonhas uma de nossas diferenças e que quando estou voando encolho meu pescoção em forma de S.
Quando estou pescando abro as asas, juntando as pontas e escondendo a cabeça. Fico parecida com um abajur, mexendo os pés na lama atraio pequenos peixinhos que vêm doidos para comer pequenos vermes. Assim pesco meu almoço essas e muitas outras informações você encontra por aí, registradas nos bons livros de ornitologia.

Têm uma história de pescador que juro que é verdade, ali no Portinho/PG tem um pescador que para o barco para tomar café e a Garça cinza demonstrando muita irritação começa a piar chamando o pescador.
Quando questionado o porque daquele comportamente o pescador responde.
- Ela é assim mesmo, se demoro a tomar café ela reclama.
É muito temperamental.

PS
Informações dessa natureza você não vai encontrar na literatura científica, mas aqui na nossa cidade, vamos aprendendo com os ensinamentos da natureza.

A Garça branca e o pescador.















A bibliografia sobre aves brasileiras é literalmente apaixonante e chega nos emocionar com as incríveis estratégias na arte da sobrevivência. Truques usados para a pesca, na construção de ninhos, verdadeiras obras de engenharia com requintes de costura e decoração, migrações de vôo sem escalas que superam a autonomia dos aviões modernos . Informações consistentes sobre a avifauna dos manguezais demonstraram que este ambiente é o maior “banco de alimentação de aves aquáticas”, do mundo. Grosseiramente falando é o mesmo que afirmar que o manguezal é o restaurante mais freqüentado por aves aquáticas. Um self service, é aquele por quilo, com quantidade e variedade que não falte nada a ninguém. Dessa forma você observa alta densidade e diversidade de aves explorando o mesmo local sem competir pelo mesmo alimento.
Ser um ornitólogo iniciante é prazeroso, agora ter uma Garça como companheira de pescaria é só aqui em Praia Grande.
Considero um momento de sorte encontrar essa dupla, pescador e garça pescando e ainda poder registrar esse momento com uma fotografia, por que se contar ninguém acredita.
PS
O pescador pode ser encontrado esporadicamente no Portinho/PG e a Garça também

Mata Atlântica
















Por que a Mata Atlântica é considerada como detentora da maior biodiversidade terrestre?
Quando a Terra passou pelas Eras do Gelo e pelos intervalos de aquecimento global entre as fases de frio extremo conhecidas como Eras Interglaciais. Nos momentos Interglaciai do passado quando a temperatura se elevou consideravelmente muitas florestas sofreram um processo de desertificação ou de redução formando ilhas verdes sobre o planeta.
Diferente de outras paisagens a Floresta da Encosta Atlântica durante os tais períodos Interglaciais, como esse que estamos atravessando hoje, o aquecimento só favoreceu a Mata Atlântica e toda sua faunística que encontrou condições apropriadas de refúgio e sobrevivência.
Diariamente ao nascer do sol as águas costeiras são aquecidas e por evaporação se elevam na atmosfera. Empurradas pelos ventos alísios esse vapor se esfria e condensa formando a neblina todas as manhãs. A serração é péssima para o trânsito de veículos e excelente para a vegetação.
O Fenômeno Físico de evaporação e condensação + luminosidade foram ingredientes de um clima estável perfeito para a exuberância da Encosta da Mata Atlântica, casa dos organismos que dela fizeram morada.

Dossel - Biodiversidade.















Dossel.
Nas florestas tropicais as copas das árvores formam horizontes, as folhas parecem que se arranjam na mesma altura como se fossem faixas.
A melhor forma de ver e entender um dossel é entrar na floresta e olhar para cima, assim é fácil perceber que as copas das árvores fazem círculos, guarda-chuvas de folhas sobrepostos que filtram a luz solar ou impedem que a chuva caia diretamente sobre o solo.
Na superfície do guarda-chuva, “copa das árvores” as variações climáticas são mais acentuadas, isso quer dizer, a luz solar e o calor são mais intensos, o vento é mais forte e a chuva cai direto sobre essa folhagem mais externa.
No andar debaixo desse primeiro horizonte há um clima mais estável, a luz é filtrada, não é tão quente. O vento não sopra forte e a chuva é mais fraca. Nesse andar ou horizonte verde, ficam as copas das árvores que não suportam a incidência da luz solar direta.
Debaixo dessas faixas verdes de folhagens, dentro da floresta o ambiente é úmido e pouco iluminado o assoalho da floresta é formado por um grosso tapete de folhas que caíram do dossel e estão apodrecendo vagarosamente.
Mas e daí? O que há de tão importante em tudo isso?
O Dossel é importantíssimo, pois é nesse lugar que vivem macacos, bicho preguiça, a maioria dos pássaros, cobras arborícolas, orquídeas e uma infinidade de insetos. Resumindo a novela é o Dossel que “guarda a maior e menos conhecida biodiversidade da Terra”, as estimativas numéricas indicam que de 70 a 90% da vida das florestas estão concentradas nessa faixa.
Pela dificuldade de acesso o Dossel foi relativamente pouco estudado, ou melhor, praticamente esquecido, atualmente há engenhocas como andaimes, balões e sistemas de cordas que são usados para observação da vida no Dossel.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Você já formicou hoje? Que tal um piolho-de-cobra?

Milipedes, Julus, Gongolo até piolho-de-cobra.
Fósseis desses artrópodes nos levam a crer que estavam entre os primeiros colonizadores da Terra Primitiva. São bons construtores de túneis vivendo debaixo de pedras, fugindo da luz quando são descobertos e enrolando-se como uma espiral para se proteger. O que nos chama a atenção nesse bicho é o grande número de patas, de onde vêm o nome, milipedes, mil pés. Com excessão dos primeiros segmentos que formam a cabeça, o animal tem 2 pares de patas em cada segmento do corpo num total de 80 ou 400 pés. Havendo espécie que alcance até 750. Patas numerosas e curtas conferem baixa velocidade, mas uma força incrível, facilitando sua vida na engenharia de construir túneis na superfície úmida das florestas. Na cabeça há um par de estruturas sensoriais conhecidas como Órgãos de Tömösváry, são circulares e ficam próximos a base das antenas, são sensores de umidade e quimiorreceptores. Além de se enrolarem quando molestados muitas espécies liberam secreções venenosas através de poros laterais de seus corpos. Existêm pássaros chamados de formicarídeos, pelo hábito de rolarem-se sobre formigueiros, provocando as formigas a picarem suas penas, a esse comportamento damos o nome de “formicar”
Muitas espécies de aves praticam o formicar, forma na qual a ave prende uma presa no bico, uma formiga, um piolho-de-cobra ou outro artrópode que produza secreções tóxicas ou irritante e a esfrega na plumagem, no peito, na barriga e nas asas. A presa pode ser atordoada através de golpes com o bico e em seguida esfregada corpo. A ave alimenta-se da presa ou simplesmente a descarta. As Bromélias retendo água em suas folhas, abrigam uma fauna rica e diversa que inclui insetos, carrapatos, crustáceos, aranhas, anfibios e serpentes, alguns dos quais podem ser um risco considerável para aves que ali forrageiam. A secreção tóxica dos milípedes pode agir como repelente contra esses animais. A função de formicar permanece controversa na literatura, independentemente da variação de comportamento entre as espécies de aves. As explicações mais frequentemente sugeridas para a função de Formicar é:
1) a remoção de substâncias tóxicas ou desagradáveis antes da ingestão de presas, 2) controle de infecções da pele e / ou ectoparasitas,
3) redução da irritação da pele durante a muda e / ou manutenção de penas;
4) estimulação sensorial .
A evidência experimental está disponível para a remoção de substâncias tóxicas evidências bastante convincentes é apresentado para o tratamento contra ectoparasitas . Vários autores concordam com a opinião de que Formicarídeos provavelmente tem mais de uma função, e que estas funções não são mutuamente exclusivas

Diplópodes são famosos para a produção de substâncias tóxicas e nocivas secreções, como benzoquinonas, alcalóides, cianeto de hidrogênio, e benzaldeído, a maioria delas conhecidas como dissuasão ao predador

Bicho novo no pedaço.

Apesar de todos os estudos e pesquisas que se faz nos manguezais e com todo conhecimento acumulado, sempre nos deparamos com boas surpresas. Praia Grande não fugiu a regra, uma nova espécie de caranguejo foi encontrada aqui e já está sendo incorporado as investigações de pesquisas pela UNESP/Campus de S.V. Na foto abaixo estudantes de biologia fazem levantamento populacional e biométrico em uma comunidade no Portinho.

Onde estão as conchas de nossas praias?

O termo “molusca” de origem latina foi empregado pela primeira vez pelo zoólogo francês Cuvier em 1798 ao descrever suas observações sobre polvos e lulas. O nome fazia referência à aparência ao corpo mole e macio daqueles animais. Mais tarde com o aprofundamento dos estudos foi que se reconheceu a relação de parentesco entre lulas e polvos com caracóis e bivalves, animais aparentemente bem diferentes.
A beira-mar os caracóis e bivalves eram tão abundantes que após a morte, suas conchas acumuladas, cobriam longos trechos da orla, atapetando parte ou totalmente as areias.
Em muitas praias do nosso litoral não se conseguia ver as areias, caminhava-se quilômetros sobre tapetes multicoloridos de conchas e caramujos que naturalmente ornavam as praias.
Não faz muito tempo também, que os veranistas praiagrandenses podiam escolher algumas entre uma infinidade de conchas e caracóis, pequenas jóias do mar, preciosas lembranças de nossa terra.

Família morando em buraco na Praia Grande.

Caiçara por natureza as corujas-buraqueiras enfrentam com maestria as severas condições de radiação solar umidade e calor das praias. Conhecidas pelo hábito terrícola de cavarem tocas onde se abrigam nas horas mais quentes do dia. Revestindo as tocas com palha e gravetos criam um ambiente fresco e agradável, mantendo sua prole em segurança. Guardam a toca com uma visão invejável, localizando uma presa a distância, considerando tudo que se move e corre como comida. Costumam dar rasantes nas cabeças de quem invade seus limites territoriais, principalmente se estiverem com seus ninhegos.
Creio que seja fácil prever o que acontece com as corujas nos feriados prolongados e férias. Em algumas praias as tocas são protegidas por estacas e uma faixa de transito, além de placas informativas que visam conscientizar leigos e evitar a aproximação de banhistas desavisados que possam perturbar e afugentar esses caiçaras emplumados de olhos amarelos.

Moluscos, poluição e poder.

A púrpura real é um pigmento roxo extraído de glândulas de moluscos e que no passado foi usado exclusivamente como a “cor da família real”. Mencionada em textos que datam de 1600 anos antes do presente, descrevem que o tingimento de vestes era uma das principais atividades de manufatura organizada que mobilizavam fenícios e romanos de Cartagena.
A combinação: cor e a seda se transformaram num comércio de luxo. As togas dos imperadores romanos eram tingidas com a púrpura imperial, a técnica de tingimento usava a extração de pigmento do caramujo Murex sp. O método de obtenção do pigmento consistia em extrair uma grande quantidade de glândulas dos moluscos que eram aferventadas com cinzas. Posteriormente se tingia os tecidos e os estendiam ao Sol finalizando o processo. O resultado era uma cor púrpura única de extrema beleza.
Grandes quantidades desses caramujos eram sacrificadas, suas conchas e seus restos se acumulavam aos montes. A cor púrpura tornou-se símbolo de riqueza e poder para romanos e fenícios. Nero puniu com a morte o uso da púrpura e Cleópatra tinha as velas de sua embarcação tingidas com a púrpura real.
Escavações revelaram casas decoradas com afrescos com uso da púrpura um documento escrito em 1400 AP inclui 70 fórmulas para tingimento de lã, a maioria com uso do roxo de murex. O documento ainda descreve um tintureiro:- “...suas mãos fedem, ele tem cheiro de peixe apodrecido...”

Praia - vegetação pioneira.

Sobreviver em solo arenoso, onde a chuva rapidamente some na areia. Suportar luz, calor intenso, borrifos(spray) das ondas e inundação nas ressacas. Falta de umidade e de nutrientes. Abrasão da areia e soterramento pelos ventos. Barreiras que poucas plantas suportam. Para sobreviver o jeito é ter porte reduzido e rasteiro. Folhas estreitas, finas e coriáceas. Raízes com rápida capacidade de absorção de água e nutrientes. Perdas de folha que acumulem sal, capacidade de rebrote rápido após soterramento. De quebra é refúgio para vida silvestre.

A ocupação das Américas e os moluscos.

Os primeiros grupos colonizadores das Américas usaram a planície costeira como corredor para ocupação de novas terras. A estratégia usada para fazer seus assentamentos era a de encontrar locais onde tivessem assegurados: água doce e disponibilidade de ostras, mariscos e berbigões, recurso exigido para o sustento imediato e diário do grupo, além da segurança e conforto. Enquanto durasse a pesca e o estoque alimentar de moluscos, os grupos se mantinham temporariamente no local, vivendo e complementando sua dieta com os recursos naturais disponíveis no ambiente recém colonizado.
Uma “prática comum” dos colonizadores era o descarte de conchas e restos das refeições diárias em um mesmo lugar, com o tempo, acumulavam-se em montes, morrotes, colinas artificiais de conchas. Um mirante, uma praça de convívio que lhes garantiam segurança e visibilidade na planície costeira.
Alguns indivíduos após a morte eram deitados e arranjados em uma cova aberta no monte de conchas. As colinas de conchas era lugar de descarte de restos alimentares, onde se acendiam fogueiras para cozinhar moluscos, caranguejos, assar peixe e caça. Aparentemente sepulcro de uns poucos escolhidos.
Os mortos recebiam cuidados de um funeral o corpo ajeitado em posição fetal era pintado com ocre, enfeitado com adornos elaborados, colares de dentes ou ossos de animais. Junto ao corpo, machados, colares, enfeites, esculturas de pedras e prováveis pertences do morto marcam indícios de sepultamentos ritualizados.

A maior floresta do mundo pode salvar o planeta.

Conservar a cobertura vegetal do planeta é uma tarefa extremamente árdua. Preservar e demonstrar a importância de algas microscópicas será o nosso desafio. O FITOPLÂNCTON são algas aquáticas responsáveis pelas constantes de oxigênio do planeta e formam a base da cadeia alimentar aquática. Lembra? algas > bichinhos > peixinhos > peixões... Cientistas estão testando a fertiização superficial oceânica com ferro desde 1980 e perceberam que as algas absorvem enormes quantidades de CO2, talvez uma possível saída para o problema do aquecimento global

Ultramaratonistas vôo de Norte a Sul sem escalas.

Os ornitólogos achavam estranho a forma exagerada dos trinta-réis comerem compulsivamente, engordando visivelmente nas proximidades do inverno Ártico. Sabiam até que essas aves eram migratórias, mas a surpresa só se revelou quando os equipamentos eletrônicos de restreamento por satélite, ficaram pequenos e leves o suficiente para serem fixado nas aves, sem interferência de seu vôo. Ai sim foi a grande surpresa, acompanhar pela primeira vêz através dos monitores de seus computadores as aves cumprirem uma jornada única de migração.

Onde você vive?

O Estudo do Meio é uma das formas de se estudar o local onde vivemos. Por exemplo: Como era o local antes da ocupação humana? Após a chegada do homem quais as transformações ocorridas nesse local? Como e por que aconteceram essas mudanças? Essas são algumas respostas que podemos investigar em nossos estudos. Você já notou que nos livros que usamos na escola, nada ou quase nada se fala sobre o litoral (Praias, manguezais, Restingas e Mata Atlântica). Se eu preciso discutir com os alunos: O que é praia? Primeiro preciso que ele conheça uma praia que não sofreu a interferência humana, para que possamos comparar e avaliar o estágio em que estamos hoje. Julgar a forma das nossas interferências no local onde vivemos e corrigir o rumo do nosso caminhar.

Nos primórdios da Bio Pirataria? Foi bom ou ruim?

Se você for passear em Munique/Alemanha ou se simplesmente estiver por aí, navegando nesses mares da NET e aportar no Museu de Munique www.zsm.de/mol/e/history.htm, vai descobrir que o fundador da coleção de moluscos e de outras coleções do museu foi Johann Baptist von Spix, acompanhando o naturalista, Karl Friedrich Philipp von Martius esteve em expedição exploratória no Brasil em 1817.
A fauna brasileira fascinou Spix que durante três anos navegou ao longo do rio Negro, de Manaus a Barcelos e no rio Solimões, de Tefé a Tabatinga, retornando à Europa, levou na bagagem milhares de organismos, entre elas 3.381 espécies.
Lamentavelmente Spix morreu durante a divulgação do livro sobre sua viagem ao Brasil, que foi concluído em 1831, por Von Martius.
Os organismos coletados deram a oportunidade a Spix publicar vários artigos de peso pela Academia de Ciências da Bavária, entre eles a História crítica dos sistemas de zoologia desde Aristóteles e O desenvolvimento do Brasil desde o descobrimento até nossa época, sendo que sua principal obra foi Reise in Brasillien (Viagem ao Brasil), em três volumes, publicada por Von Martius entre 1823 e 1831.
Os principais museus da Europa guardam em seus acervos o que consideram preciosidades do planeta, coletadas aqui em nossa terra. Rochas, fósseis, pedras preciosas, insetos, conchas pássaros, plantas, artefatos indígenas e uma infinidade de materiais de pesquisa. Todas catalogadas, acondicionadas em caixas e guardadas em salas climatizadas.
Uma pequena parcela dessas coleções é exposta a visitação pública, a maior e melhor parte é reservada ao estudo e pesquisa dos especialistas.
O Museu de Munique é aqui mencionado, por ter um dos maiores e mais importantes acervos do planeta, o que permite as futuras gerações entenderem a complexa conecção que existe entre a vida na Terra.
Então aqui fica essa fotografia de uma pequena jóia que é encontrada entre os grãos de areia de nossas praias.

2010 - ANO INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE.

2010 – ANO INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE.
A Organização das Nações Unidas ( O.N.U. ), elegeu para 2010 o ANO INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE, com a clara intenção que possamos conhecer um pouco mais da vida que nos cerca.
Os objetivos do Ano Internacional da Biodiversidade são:
1.Ampliar a consciência sobre a importância de salvaguardar a biodiversidade para a continuidade da vida na Terra, identificando e combatendo as ameaças à vida .
2.Aumentar a consciência sobre a importância dos esforços já empreendidos por governos e comunidades para salvar a biodiversidade, promovendo a participação de todos.
3.Incentivar a sociedade, organizações e governos a tomarem medidas imediatas necessárias à defesa da perda da biodiversidade.
4.Promover soluções inovadoras para reduzir as ameaças sobre a biodiversidade.
5.Estabelecer um diálogo sobre as medidas a serem adotadas após o ano de 2010, garantindo a continuidade dos programas desenvolvidos.

É complicado tentar demonstrar por que há tanta preocupação em se defender as baleias, o mico-leão, a arara-azul, os manguezais, plantas e bichos que aparente nada, absolutamente nada têm haver com agente.
A resposta é uma só. Todas as formas de vida do planeta são dependentes uma das outras, estamos conectados à Terra, aos seres vivos, a água aos oceanos.
A Terra é nossa casa, plantas e animais são a nossa família. Se eles são ameaçados, nos também somos. Se um deles morre, nos também morremos um pouco.
O nosso desafio hoje é ter a grande oportunidade de mostrar as gerações futuras que nós aqui e agora conseguimos reverter o processo de destruição terrestre.Que a nossa maior arma é nossa consciência e atitude para lutar contra os gigantes que destroem a Terra a todo instante.
O ar que inspiramos agora vêm das algas invisíveis que flutuam nos oceanos. O ar que espiramos é absorvido pelas mesmas algas que filtram o ar da Terra. São essas mesmas algas invisíveis que alimentam os pequenos organismos que servem de alimento para os peixes e para as gigantes baleias. São essas algas pequenas algas flutuantes que espalhadas na água são filtradas por mariscos, ostras e mexilhões que alimentam pessoas humildes, pescadores ou que são servidos nos melhores restaurantes como as mais finas iguarias, nas preparações de pratos exóticos.
O nosso alimento diário certamente foi polinizado por borboletas e abelhas que vivem e dependem das matas, as mesmas que nos oferecem uma infinidade de ervas curativas e aromáticas, que sustentam nossas vidas.

Aves migratórias na Praia do Forte/PG.

A tranquilidade no Canto do Forte dessa 6a feira 25/Junho/2010, só foi quebrada com a passagem de um cachorro que afugentou as aves.
A oportunidade foi registrada nessa imagem que nos dá uma boa idéia do tamanho da população de aves marinhas visitantes.
Há uma técnica bem simples e relativamente precisa para dimensionar o tamanho de uma população de aves em vôo. Você fotografa e depois pontilha com uma caneta cada imagem da ave em vôo.
Experimente copiar a imagem no Paint e pontilhe as aves.
Agora você vai achar que estamos exagerando em nos orgulhar de recebermos tantas aves visitante vindas de tão longe.

Aves migratórias no litoral.

Nessa época do ano recebemos atletas especiais.
Aves marinhas que completando seu Ciclo de Vida fogem dos rigores do inverno do Ártico rumo ao Sul, alguns poucos fugindo a regra fazem paradas nas poucas praias que lhes dão condição entre elas estão: Praia das Vacas/SV - Área da Marinha; Canto do Forte/PG - Área Militar; Mongaguá; Itanhaém e Peruibe.
Buscando condições propicias para reprodução, nidificação, cuidados com a prole e descanso ocupam as Ilhas e praias do litoral brasileiro. Trinta-réis, maçaricos e batuíras estão entre as aves que realizam a maior migração animal que se têm registro.
A Praia do Canto do Forte por ser área de acesso restrito acaba oferecendo condições de abrigo para essas aves . Então aproveite essa rara oportunidade que a natureza deu Praia Grande, pegue um binóculo e observe os maiores Recordistas em Maratona do Planeta.
Na Fotografia um casal de trinta-réis e um filhote, gaivotões e ao fundo Batuíras.

Transgressão Flandriana na Praia Grande.

Os fenômenos de construção da Planície Sedimentar Litorânea (é nela se encontra Praia Grande) datam de 1.800 anos AP.
As elevações da temperatura global e o conseqüente degelo das calotas polares elevaram o nível do mar à cerca de 3,5m, ou seja, Praia Grande ficou por um longo tempo totalmente submersa pela água do mar. O lento declínio da temperatura levou ao recuo do mar e o aplainamento da paisagem arenosa que aos poucos foi sendo colonizada pela vegetação de Planície Litorânea, a Restinga.
Portanto Praia Grande foi construída por avanços e recuos do mar, conhecidos como Transgressão Flandriana. Em muitos locais de Praia Grande ou do litoral encontramos bancos de arenitos que atestam esses movimentos. São montes de areia de praia intercalados por uma rocha frágil, cor de pó de café chamada de arenito ou mangrovito. Esses montes de areia são esculturas que congelaram momentos da história geológica de nossa cidade.
Na fotografia acima sedimentos do Rio Piassabuçu/Vila Sônia, apelidado pelos pescadores de Banco do Toucinho.

Praia Grande através de fotos.

As fotografias disponíveis no acervo do Museu da Cidade de Praia Grande/SP nos permitem fazer releituras da cidade em diferentes momentos. Alunos e visitantes podem perceber as modificações da paisagem praiagrandense e a extensão da Planície Costeira resultante do recuo da maré.
Anteriormente as águas chegavam até a Serra do Mar, deixando PG debaixo de uma lâmina de +/- 3,5m de água do mar.
A diminuição da temperatura levou o recuo da Linha de Maré da Costa da América do Sul que se acomodou ao nível e posição atual somente a 1.800 AP, com esse recuo formou-se a Planície Litorânea que se estende ao longo da Costa da Mata Atlântica.
Lamentavelmente os níveis de emissões de Carbono 14 na atmosfera têm acelerado a elevação da Temperatura Média Global, conseqüente a elevação do nível do mar e avanço das águas costeiras são ameaças resultantes das atividades do homem.
Foto. -Hotel dos Alemães um marco da expansão urbana/Fotografia do Acervo Mus.Cidade.

sábado, 26 de junho de 2010

Carta do Chefe Seatle ao presidente dos Estados Unidos Franklin Pierci.















No ano de 1854, o presidente dos Estados Unidos fez a uma tribo indígena a proposta de comprar grande parte de suas terras, oferecendo, em contrapartida, a concessão de uma outra "reserva".
O texto da resposta do Chefe Seatlle, tem sido considerado, através dos tempos, um dos mais belos e profundos pronunciamentos já feitos a respeito da defesa do meio ambiente.

Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?

Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.

Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem - todos pertencem à mesma família.

Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós.

O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós.

Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar as suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais.

Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.

Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção da terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.

Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.

Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos.

E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.

O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro - o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.

Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.
Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir.

Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecer vivos.

O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.

Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem as suas crianças o que ensinamos as nossas que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.

Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.

O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.

Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos - e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e ferí-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.

Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnadas do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam.

Onde está o arvoredo? Desapareceu.

Onde está a águia? Desapareceu.

É o final da vida e o início da sobrevivência.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Caranguejo-fantasma, maria-farinha - Ocypode sp.

Caranguejo-fantasma, maria-farinha, siripadoca, vaza-maré, guaruçá são alguns dos nomes populares atribuídos ao Ocypode quadrada, que constroi suas tocas e galerias subterrâneas acima da linha de maré mais alta no supralitoral. Suas galerias protegidas da ação da maré-alta, mais não do pisotéio e da perseguição humana. Alimenta-se de organismos em decomposição, porém é um apreciador de ovos de tartaruga. Estudos recentes indicam que os caranguejos-fantasma são sensíveis as modificações climáticas. Intensidade dos ventos e ação das ondas como em caso de ressacas interferem diretamente em seu modo de vida. Toleram bem as temperaturas mais altas, mas temperatura inferiores a 16 graus passa a ser um fator de restrição ao seu desenvolvimento. Temperaturas mais elevadas são contornadas com as saídas ao entardecer e nos dias mais frios exploram a superfície próximo ao meio-dia. Presença humana, temperatura, vento e ressaca faz com que eles se recolham em suas tocas, encerrando as aberturas de suas galerias subterrâneas.

Tatuíra, tatuzinho-da-praia.

Os indivíduos do gênero Emerita sp, são popularmente conhecidos como, Tatuíra, Tatuí ou Tatuzinho-da-praia. No Brasil o genêro Emerita está representado por duas espécies conhecidas Emerita portoricensis e Emerita brasiliensis.
As Tatuíras são todas marinhas e fazem parte da fauna que explora a região entre-marés. Organismos adaptados as duras condições de acentuadas correntes da lâmina d´água mais externa. As Tatuíras se enterram de marcha ré, sua cauda cavadora garante o rápido enterramento do animal na areia, sua longas antenas fucionam como um pente aprisionando microorganismo para sua alimentação. As fêmeas são maiores que os machos com as carapaças atingindo cerca de 3cm. Fêmeas ovígeras podem guardar até cerca de 6.000 ovos. Maçaricos e outras aves litorâneas são seus predadores naturais.
Pesquisas têm demonstrato que a compactação de praias arenosas altera as características de permeabilidade, ancoragem e penetração dos organismos residentes desse meio. Variações de temperatura alteram e até interrompem o Ciclo Reprodutivo das Tatuíras.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Crustaceos

Crustáceos.
Não há na Terra quer se pense em grupos de plantas ou animais que apresente tanta diversidade morfológica como nos crustáceos. A diversidade e complexidade do grupo que nos surpreende e estimula a querer aprender mais e mais, como se estivéssemos trabalhando com uma fonte infinita de conhecimento e novas descobertas.
Talvez por serem terem vivido nos antigos oceanos da Terra Primitiva desde o Período Cambriano tiveram o tempo necessário para experimentarem formas que sobrevivessem a todas as profundas modificações que a Terra atravessou ao longo desses milhares de anos.
Organizar os crustáceos em grupos de parentescos e proximidade genética é um dos grandes desafios que não se encontra em nenhum outro grupo biológico. Traduzindo em poucas palavras, a primeira vista qual a relação de proximidade que você vê entre um tatuzinho-de-jardim, um siri e um pitu?
Os crustáceos estão entre os grupos que apresentam a maior variação de tamanho entre os representantes do grupo, uma variação que chega de 1 para 1.000, como por exemplo o caranguejo japonês santola, Macrocheria kaempferi com 4m de comprimento, com grande caranguejo-tasmânia gigas com 46cm de carapaça com os minúsculos Nannotheres moorei com 1,5 m.m. de comprimento de sua carapaça, a menor espécie de caranguejo descrita. Os especialistas guardam a certeza de que há muita surpresa a ser apresentada à sociedade, como o caso do gênero Pygmaeopagurus spcom 0,76m.m. de comprimento de carapaça recentemente coletado em amostras de dragagem. Em termos de biomassa, o Krill da Antartica alcança em determinados momentos picos estimados em 500 milhões de toneladas, ultrapassando a biomassa de qualquer outro grupo animal. O nauplio, uma forma larval comum dos crustáceos é considerada como o tipo mais abundante de organismo sobre a Terra. Crustáceos têm sido encontrados em quase todos os ambientes da Terra.

Foto - Alunos da graduação UNESP -Campus SV/SP



Bibliografia
An Updated Classification
of the Recent Crustacea
By Joel W. Martin and George E. Davis
Natural History Museum of Los Angeles County
Science Series 39 – December 14, 2001


2010 - ANO INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE.

2010 – ANO INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE.
A Organização das Nações Unidas ( O.N.U. ), elegeu para 2010 o ANO INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE, com a clara intenção que possamos conhecer um pouco mais da vida que nos cerca.
Os objetivos do Ano Internacional da Biodiversidade são:
1.Ampliar a consciência sobre a importância de salvaguardar a biodiversidade para a continuidade da vida na Terra, identificando e combatendo as ameaças à vida .
2.Aumentar a consciência sobre a importância dos esforços já empreendidos por governos e comunidades para salvar a biodiversidade, promovendo a participação de todos.
3.Incentivar a sociedade, organizações e governos a tomarem medidas imediatas necessárias à defesa da perda da biodiversidade.
4.Promover soluções inovadoras para reduzir as ameaças sobre a biodiversidade.
5.Estabelecer um diálogo sobre as medidas a serem adotadas após o ano de 2010, garantindo a continuidade dos programas desenvolvidos.

É complicado tentar demonstrar por que há tanta preocupação em se defender as baleias, o mico-leão, a arara-azul, os manguezais, plantas e bichos que aparente nada, absolutamente nada têm haver com agente.
A resposta é uma só. Todas as formas de vida do planeta são dependentes uma das outras, estamos conectados à Terra, aos seres vivos, a água aos oceanos.
A Terra é nossa casa, plantas e animais são a nossa família. Se eles são ameaçados, nos também somos. Se um deles morre, nos também morremos um pouco.
O nosso desafio hoje é ter a grande oportunidade de mostrar as gerações futuras que nós aqui e agora conseguimos reverter o processo de destruição terrestre.Que a nossa maior arma é nossa consciência e atitude para lutar contra os gigantes que destroem a Terra a todo instante.
O ar que inspiramos agora vêm das algas invisíveis que flutuam nos oceanos. O ar que espiramos é absorvido pelas mesmas algas que filtram o ar da Terra. São essas mesmas algas invisíveis que alimentam os pequenos organismos que servem de alimento para os peixes e para as gigantes baleias. São essas algas pequenas algas flutuantes que espalhadas na água são filtradas por mariscos, ostras e mexilhões que alimentam pessoas humildes, pescadores ou que são servidos nos melhores restaurantes como as mais finas iguarias, nas preparações de pratos exóticos.
O nosso alimento diário certamente foi polinizado por borboletas e abelhas que vivem e dependem das matas, as mesmas que nos oferecem uma infinidade de ervas curativas e aromáticas, que sustentam nossas vidas.

sábado, 12 de junho de 2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Escola do Litoral.

A Vida na Praia.
As praias estão entre os ambientes mais descaracterizados de sua formação natural. Historicamente receberam os maiores impactos, quer seja pela ganância imobiliária ou pela presença maciça do turismo de fim de semana, feriados prolongados e férias.
Por longo tempo as praias foram rota do esgoto e rejeitos urbanos, além dos conhecidos desastres ambientais. As praias estão hoje incorporadas a cultura humana o único problema é que há pouca praia para tanta gente.

Mais que uma simples faixa de areia entre mar e continente as praias são chamadas de Planícies de Acumulação, por abrigarem areias arrastadas pelas grandes correntes oceânicas. Areias pretéritas com milhões de anos lançadas nos oceanos pelo Ganges, Yan-Tsé e outros tributários menores formam ambientes importantes modelados por ventos, água e areias. Abrigam formas de vidas complexas que integram o grande circuito da ecologia.
Na praia podemos identificar três ambientes, bem definidos impostos pelo regime das marés.

Movimentos de avanço e recuo da linha d’água, maré alta e maré baixa impõem condições físico-químicas que abrigam incontáveis organismos e milhares de espécies.
Influênciada pela Lua a maré alta é marcada pela elevação do nível do oceano e pelo maior avanço da linha d’água avançando em direção à terra. Reduzindo a praia a uma estreita faixa de areia.
A maré baixa ao contrário ocorre porque há uma diminuição do nível oceânico, seguido pelo recuo da linha de maré. Estes movimentos, períodos de maré, acabam por delimitar três zonas distintas:
1.Supralitoral – é a faixa de areia que fica acima da linha de maré mais alta. Permanentemente ensolarada e seca, só umidificada pelos borrifos das ondas. Morada do caranguejo conhecido como maria-farinha e residência permanente da vegetação rasteira como capim-da-praia, cipózinho e hidrocótile e local preferido pelos banhistas para banho de sol.







Observe na foto acima a praia com vegetação nativa . Foto 1 -Arquivo - Centro de Documentação - Museu da Cidade - PDA/PG.
Foto 2 - Vila Caiçara/PG - Paulo Ferreira Dez/08.


2.Mediolitoral – zona marcada pelos dois movimentos da linha d’água e duas situações distintas. O mediolitoral durante a maré baixa é exposto à luz, calor e atmosfera, ficando totalmente encoberto na maré alta. É a região do tatuzinho-da-praia, dos moluscos popularmente conhecidos como vongole, oliva, sanguinolária e dezenas de outros, veja alguns exemplares na página 4. Faixa de alimentação de aves marinhas e zona de segurança das mães que brincam com as crianças no rasinho.







Foto 3 - Crianças brincando - acervo CEDOM-M.C.-PDA/PG . Foto 4 - Maçaricos forrageando no medilitoral, fotografia do autor.

3.Infralitoral - zona subaquática, que é delimitada pelo nível da maré mais baixa e que nunca é descoberta pela maré. Zona rica em peixes e algas.

Identificação das praias.
As praias são identificadas de acordo com seu perfil, podendo ser muito abrigada, Praia de São Vicente ou aberta, como é o caso da Praia Grande.
Dependendo da inclinação e dos acidentes de relevo da costa, maior serão as variações de correntezas e dos padrões de circulação aquática. Conseqüentemente também haverá maiores diferenças de temperatura, salinidade, turbidez, disponibilidade de alimento e abrigos contribuindo para uma diversidade e densidade biológica maior.
A diversidade• ou abundância• dos organismos das praias estão diretamente associadas à inclinação da praia, linha do continente, se simples ou acidentada e tamanho das partículas do sedimento. De um modo geral, quanto maior o grão de areia mais íngreme é a praia, menor sua diversidade. Quanto maior o grão menor o declive mais abundante será a vida local.
Praia Grande apresenta, baixa declividade e baixa granulometria dos sedimentos.

Faunistica.
A faunística praiana é caracterizada de acordo com a mobilidade de seus moradores como: residentes, visitantes e acidentais, e pelo seu porte como o caso das aves.

Arca brasiliana.


Bivalve típico de nossa praia, as vezes são encontrados na faixa do médio litoral quando são desenterrados pelo espraiar das ondas.
Coletado pela sua simplicidade e beleza, está entre aqueles que são caletatos para comercialização. Apreciados na culinária, considerados como uma iguaria e afrodizíaco.

Donax sp.


Bivalves encontradiços no mediolitoral, vivendo enterrados a pouca profundidade. Passam a vida sugando as águas circunjacentes e dela retirando oxigênio e microorganismos do plâncton.
Seus predadores naturais são peixes, aves e pescadores que os utilizam como iscas, além de moluscos gastrópodos que perfuram suas conchas e sugam seu conteúdo. É relativamente comum encontrarmos conchas com perfurações circulares, como furos feitos com brocas.

Anadara notabilis.

As anadaras fazem parte daqueles moluscos teimosos que insistem em resistir a captura e ao pisoteio maciço de banhistas, ainda conseguimos encontrar umas poucas conchas desses moluscos bivalve residentes do Litoral Médio.


Dentalium sp.

É um molusco com uma concha inconfundível pela forma similar a presa de elefante. Concha branca, com raios longitudinais e aberta nas duas extremidades. Comprimento medindo de 5 a 6 cm. Há alguns anos atrás era facilmente encontrada nas praias de São Vicente e Praia Grande. Vivem enterrados na areia, a pouca profundidade, em águas rasas, com a extremidade mais fina voltada para cima, abertura pela qual o animal respira.

Ollivancilaria urceus.

Há bem pouco tempo atrás podíamos achar e coletar muitas conchas de olivas nas praias. Por seu brilho e beleza tornavam-se irresistíveis, um suvenir obrigatório, que todo veranista acabava por levar para casa.
As olivas foram transformadas em enfeites e adornos e hoje encontrar uma concha de oliva na praia é ter muita sorte.

Olivancillaria auricularia (Lamarck, 1810).

Devido a sua abundância, facilidade de coleta, cor, beleza e brilho, as olivas foram usadas por artesões que as transformavam em colares e adornos para vestimentas.
No entanto, moluscos não são só enfeites, durante a reprodução as lesmas que vivem nestas conchas, colocam milhares de ovos. Emergindo dos ovos pequenas larvas, irão se juntar a milhões de microorganismos flutuantes - o plâncton marinho. O plâncton é como uma sopa-viva, formada por uma infinidade de microorganismos que são arrastados pelas correntezas aquáticas. Larvas de moluscos que não virarem alimento, construirão conchas que às protegerão de seus predadores.

Tellina sp.
A sanguinolaria rosada, é facilmente reconhecida por suas dimensões e coloração rosada. Enterradas nas areias do médio litoral se alimentam por um tubo, prolongação de seu corpo que recolhe da superfície a água rica em plantas e animais microscópicos.


Thais sp.


Vivem em grande número nos estuários, pastando sobre as algas que atapetam as rochas. As vezes somos surpreendidos com um inquilino, ao invés de encontrarmos uma lesma dentro da concha nos deparamos com um crustáceo. O caranguejo ermitão, paguros ou eupagurus que é um inquilino, isto é, um caranguejo que mora em uma casa que não lhe pertence, forma que encontrou para proteger seu delicado abdome, mesmo porque crustáceos não fazem conchas.

Fotografia de Paguros em concha de Thais sp.










Dosinia sp.

Bivalve pertencente à família dos venerídeos vivem nas praias arenosas enterrados a pouca profundidade, alguns tem a coloração avermelhada com brilho intenso.
As conchas são finamente sulcadas, o que confere uma aderência adequada ao animal, permitindo que ele faça seus pequenos deslocamentos sem ser arrancado pela correnteza gerada pelas ondas.


Dorsanum sp.


Este molusco já foi freqüentador de nossas praias, atualmente só são encontrados em praias preservadas.





Suvenir feito com conchas, antiga prática comum dos litorais.



















Vermes da Praia.




As poliquetas “minhocas-da-praia” pertencem ao mesmo grupo das minhocas terrestres, os anelídeos. No caso das poliquetas das praias, estas vivem em grande quantidade, enterradas em tubos e galerias que constroem. Muitas fazem seus tubos no médio litoral, onde podemos ver uma ou duas aberturas de seu tubo, por onde entra a água que será filtrada por um penacho grudento, que captura microorganismos e daí os encaminham a boca do animal.
São perseguidas por peixes e aves, seus predadores naturais, e é claro, por pescadores que as utilizam como iscas.
Algumas constroem tubos, revestidos com pequenos pedaços de conchas, folhas, areia e tudo que possam grudar, até pedaços de plástico e metais.
Normalmente crianças se assustam ao revolver as areias com seus pés e verem surgir das areias poliquetas, que são confundidas com vermes de praias poluídas. Ao contrário do que se imagina, muitas poliquetas são indicadores de equilíbrio biológico.

Equinodermos.
Encope sp

Bolacha-da-praia é uma estrela-do-mar, vive semi-enterrada na areia do infralitoral, retiram microorganismos e matéria orgânica aderida aos grãos de areia. Quando por vezes são levadas pelo movimento de correntes para fora d’água, acabando por morrer, só restando seu esqueleto calcário.
As fendas do seu corpo estão associadas à pequena mobilidade do animal. Alguns banhistas curiosos quebram as estrelas ao meio e encontrando seu aparelho bucal com formato de uma estrelinha, acabam por confundir esta estrutura com um filhotinho de estrela.


Crustáceos.
Callinectes sapidus.

O siri-azul Callinectes sapidus é considerado um predador chave na teia alimentar, controlando a diversidade, abundância e estrutura de várias comunidades bentônicas. Alimenta-se principalmente de moluscos bivalves e gastrópodes e também de organismos em decomposição.
A espécie tem ampla distribuição no Atlântico americano, encontrado desde os Estados Unidos até a Venezuela e do Rio de Janeiro até o norte da Argentina; também ocorre na Europa, onde foi introduzido em 1901, da Dinamarca até o sul da França, no leste do Mar Mediterrâneo e oeste do Mar Negro. Também é citada sua introdução no Japão.
Muitos são os crustáceos encontrados nas praias, as vezes alguns banhistas desavisados acabam tendo um encontro inesquecível, e até marcante com o nosso siri-azul.



Ocypode quadrata.
Caranguejo-fantasma, maria-farinha, siripadoca, vaza-maré, guaruçá são alguns dos nomes populares atribuídos ao Ocypode quadrada, que constroi suas tocas e galerias subterrâneas acima da linha de maré mais alta no supralitoral. Suas galerias protegidas da ação da maré-alta, mais não do pisotéio e da perseguição humana. Alimenta-se de organismos em decomposição, porém é um apreciador de ovos de tartaruga. Estudos recentes indicam que os caranguejos-fantasma são sensíveis as modificações climáticas. Intensidade dos ventos e ação das ondas como em caso de ressacas interferem diretamente em seu modo de vida. Toleram bem as temperaturas mais altas, mas temperatura inferiores a 16 graus passa a ser um fator de restrição ao seu desenvolvimento. Temperaturas mais elevadas são contornadas com as saídas ao entardecer e nos dias mais frios exploram a superfície próximo ao meio-dia. Presença humana, temperatura, vento e ressaca faz com que eles se recolham em suas tocas, encerrando as aberturas de suas galerias subterrâneas.


Tatuira.

Os indivíduos do gênero Emerita sp, são popularmente conhecidos como, Tatuíra, Tatuí ou Tatuzinho-da-praia. No Brasil o genêro Emerita está representado por duas espécies conhecidas Emerita portoricensis e Emerita brasiliensis.


As Tatuíras são todas marinhas e fazem parte da fauna que explora a região entre-marés. Organismos adaptados as duras condições de acentuadas correntes da lâmina d´água mais externa. As Tatuíras se enterram de marcha ré, sua cauda cavadora garante o rápido enterramento do animal na areia, sua longas antenas fucionam como um pente aprisionando microorganismo para sua alimentação. As fêmeas são maiores que os machos com as carapaças atingindo cerca de 3cm. Fêmeas ovígeras podem guardar até cerca de 6.000 ovos. Maçaricos e outras aves litorâneas são seus predadores naturais.



Pesquisas têm demonstrato que a compactação de praias arenosas altera as características de permeabilidade, ancoragem e penetração dos organismos residentes desse meio. Variações de temperatura alteram e até interrompem o Ciclo Reprodutivo das Tatuíras.

Ovos de tubarão.
Embora a maioria dos tubarões sejam ovoviviparos algumas raias e tubarões são ovíparos. Os embriões são protegidos dentro de pequenos envelopes retangulares com os cantos projetados, têm uma consistência coriácea. As vezes os encontramos na praia lançados pelas correntes marinhas.

Répteis.
Lagartixa-da-praia - Liolaemus occipitalis
As praias também abrigavam alguns estranhos moradores, como esse pequeno réptil popularmente conhecido como lagartixa-da-praia, tem por dieta a captura de pequenos besouros e outros insetos que vivem nas areias da praia. Infelizmente nós já sabemos as razões por não encontrarmos mais estes répteis em nossas praias.

Aves.

A Praia do Forte Itaipu/PG, por ser área militar de acesso restrito, acabou por possibilitar as aves marinhas um dos raríssimos locais de repouso.



























Gaivota-de-capuz-café.

EM CONSTRUÇÃO - EM CONSTRUÇÃO - EM CONSTRUÇÃO - EM CONSTRUÇÃO - EM CONSTRUÇÃO


Larus maculipennis, para as aves as praias são área de repouso, alimentação, e nidificação.


Trinta-reis, este é um nobre visitante e muito especial, pois realiza a maior migração do planeta. Fugindo do rigoroso inverno do hemisfério norte elas sobrevoam toda a costa oeste dos Estados Unidos, América Central, descendo as encostas Andinas, chegam em nossos litorais, onde se alimentam, descansam, nidificam e retornam ao hemisfério norte.


EM CONSTRUÇÃO - EM CONSTRUÇÃO - EM CONSTRUÇÃO - EM CONSTRUÇÃO - EM CONTRUÇÃO


Seleção Natural.
A prancha abaixo nos ajuda entender a estreita relação que existe entre presa x predador. Perceba que as aves parecem que têm o bico apropriado para alcançar sua presa específica. Esta relação levou alguns milhares de anos para acontecer.
A gravura nos permite entender que nos casos onde a densidade de aves, apesar de muito alta, não há competição pelo mesmo tipo de alimento, pois cada uma acaba buscando sua presa em locais diferentes.
Praia Grande é bastante freqüentada por aves, particularmente no Canto do Forte onde não há presença de banhistas nem o pisoteio que interfere na faunística de praia. Vale a pena fazer algumas observações sobre estes nobres visitantes.
Organize com seu professor uma aula de observação de aves, aqueles que estudam a noite também têm oportunidade de visualizar aves noturnas.



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Modelo representativo da biologia de moradores da praia.
Tudo indica que há uma convergência adaptativa nos organismos de praia. Ao que parece evolutivamente caminharam para um processo de absorção > filtragem > eliminação > de água. A adoção de uma estratégia de forçar a água cincunjascente atravessar o corpo do animal possibilita que está água carregada de microorganismos e oxigênio abasteça o animal, e ao expelir a água elimine os resíduos alimentares e o dióxido de carbono resultante de sua respiração branquial. Muitos moluscos apesar de terem uma concha que lhes confere proteção, vivem enterrados no substrato. Abrindo suas valvas projetam à superfície duas trombas designadas sifões. O sifão inalante suga a água encaminhando-a para dentro do corpo onde um sistema de brânquias revestido com cílios irá triar o que é comestível e o que deve ser eliminado através da outra tromba, o sifão exalante.

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Principio do Sifão Sistema Incurriente e Excurriente
Organismos como as poliquetas, por exemplo, constroem uma galeria na forma de “U”, e com movimentos de vai e vêm dentro do tubo, criam um sistema de corrente de fora para dentro do tubo, estas aberturas podem ser vistas na areia da praia.
Considerando que existem milhares de organismos filtradores na região do medilitoral acabamos por ter um Sistema Branquial Gigantesco. É como se tivéssemos longas lâminas vivas que estariam recolhendo microorganismos do mar e retornando material orgânico. Imagine agora se ao absorver a água esta esteja poluída o que você acha que irá acontecer a este tecido vivo?
Penso que você conhece a resposta.

Pingüins, Leões marinhos, Focas e Pedras.
As correntes marinhas as vezes arrastam visitantes do extremo sul para nossas praias, entre eles, pingüins, leões marinhos, focas, pássaros e até pedras.
Pedras-da-praia.
Resultante de as atividades vulcânicas, há o lançamento de espumas vulcânicas, púmices ou como são mais conhecidas pedra pomes, minerais aerados que se solidificam em contato com ás águas marinhas. Devido a sua baixa densidade são arrastadas pelas correntes e lançados nas praias, confundidas com as pedras de Java, usadas em vasos de plantas ornamentais, diferem pela cor e tamanho, cores variadas dependente dos minerais que às compõem assumem as colorações verdes, rosa, preta e outras.

O que os olhos não vêem?
Caminhar na praia é fascinante ficamos deslumbrados com a beleza do espaço das ondas, o horizonte marinho fazendo fronteira com o céu é poético. Mas, se atentarmos para a areia da praia vamos perceber que ela tem tons diferentes, certamente iremos concluir que é formada por materiais diferentes. Faça uma experiência: pegue amostras de diferentes tonalidades, leve para casa e examine com uma lupa de bom aumento. Você ficará surpreso com a biodiversidade de organismos, microconchas, caracóis diminutos, ramos calcários de algas e outros animais, tubinhos calcários e até microfósseis com milhares de anos. Experimente, faça.


EM CONSTRUÇÃO - EM CONSTRUÇÃO - EM CONSTRUÇÃO - EM CONSTRUÇÃO - EM CONSTRUÇÃO

Organizando uma coleção de referência.

Introdução.
De um modo geral toda criança conhece a relação entre leões, zebras e hienas, e acabam por compreender a relação presa predador destes e de outros animais que não pertencem a nossa fauna.
Paradoxalmente, poucas pessoas conhecem a relação dos moluscos filtradores, ou da maior floresta invisível do planeta o Fytoplâncton e o impacto dos poluentes da vida dos organismos litorâneos. Pouco ou nenhum material existe nas escolas para trabalharmos este tema.
Fica complicado falar sobre Educação Ambiental se pouco ou nada sabemos sobre a biologia do litoral, organizar coleções nos ajuda a entender um pouco melhor o meio em que vivemos.
Objetivo:
Conhecer as formas de vida mais conspícuas de nossas praias, sua importância e papel ecológico.
Popularizar as formas de vida residentes e temporárias da praia.
Material:
Confecção de caixas para exposição dos organismos.
Organizar bibliografia pertinente.
Coletar “só” organismos mortos e suas partes, para organização da coleção na escola com acompanhamento e orientação de um docente responsável.

Confecção de Caixas Para Coleções de Referência.

Impactos.
As administrações públicas pouco puderam fazer para atender as demandas resultantes do crescimento desordenado das cidades litorâneas, lidar com o fenômeno do turismo, das concentrações religiosas, da especulação imobiliária requer além de esforços governamentais, comportamentos individuais.
O pisoteio em massa dos banhistas sobre as areias, que acaba por compactar as areias, aliado ao lançamento dos efluentes doméstico e industrial, interferem na biodiversidade praiana, a ponto de algumas espécies só existirem nas coleções dos museus, ou são mencionadas nas bibliografias de um passado recente.

Porém um dos maiores problemas que enfrentamos é o da ausência da temática “praia” nos bancos escolares. Somos ignorantes do nosso próprio habitat, conhecemos e identificamos algumas relações da fauna de outros continentes, como leões, zebras e hienas, e desconhecemos qual o papel dos bivalves e quase nada sabemos sobre a maior floresta invisível do planeta - o Fytoplâncton.
Exercer a cidadania significa apoderarmos do conhecimento que nos é vital, é hora de pensarmos em uma “Escola do Litoral”, que reconheça a vocação que lhe é nata.
Escolher conteúdos e temas é decisão pessoal do docente e expressão de seu trabalho.
































































































































Bibliografia:







Iheringia. Série Zoologia
Iheringia, Sér. Zool. vol.98 no.1 Porto Alegre Mar. 2008
Crescimento de Callinectes sapidus (Crustacea, Decapoda, Portunidae) no estuário da laguna dos Patos, RS, Brasil
Leonardo S. FerreiraI; Fernando D'IncaoII



















Distribuição e estrutura Etária de Ocypode quadrata (Fabricius, 1787) (CRUSTACEA, DECAPODA, OCYPODIDAE) EM PRAIA ARENOSA DO LITORAL SUL DO BRASIL.










ALBERTO, R. M. F.1 e FONTOURA, N. F.2
Museu de Ciências e Tecnologia (MCTPUCRS); Instituto de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul/ PUCRS.
Porto Alegre, RS, Brasil - 1999.









Ecologia populacional de Emerita brasiliensisSCHIMITT, 1935 (Crustaces,Hippidae) de um trecho da praia de Itapoã, Vila Velha, Espírito Santo, Brasil.









Frederico J. Eutrópio, Fabrício S. de Sá & Hélio S. Sá.